BONDADE DEMAIS PODE ESCONDER PROBLEMA COM A AUTOESTIMA

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ELIANA BARBOSA CONCEDE ENTREVISTA À JORNALISTA HELOÍSA JUNQUEIRA DE NORONHA – UOL COMPORTAMENTO, EM 25-03-2011

 

PERGUNTA: Quem é boazinha demais pode ter, na verdade, baixa autoestima (um medo intenso de desagradar o outro)? 

Sim, a pessoa sempre disponível para os outros, a boazinha, não tem uma autoestima  boa, porque ela teme desagradar os outros.  É deste comportamento inseguro, de querer agradar todo mundo, de ter medo de dizer “não” quando é preciso, que nascem as nossas decepções com a família, com os amigos ou com os companheiros de trabalho.

Quem é boazinha ou disponível demais tem dificuldade para dizer não? Isso pode vir da infância? Como? 

Sim, a pessoa boazinha ou disponível demais tem uma enorme dificuldade de dizer “não”, sem culpas, por medo da rejeição, do abandono, ou mesmo da crítica,  e todo esse medo e baixa autoestima tiveram sua origem na infância, quando a criança fazia algo errado, levava bronca, apanhava e enfrentava a cara feia da mãe por muito tempo. Essas limitações – medo da crítica e da rejeição, e baixa autoestima –  continuam influenciando a vida da pessoa mesmo na idade adulta por causa de sua carência de afeto.

Como vencer o medo de dizer não? 

A única forma da pessoa vencer o medo de dizer “não” para os outros é tomar a decisão de resgatar sua autoestima, e, nesse processo, começar a exercitar dizer mais “sim” para si mesma.  Ela precisa aprender a sair da passividade, onde dizia “Sim” para todo mundo, mas, precisa ter cuidado com a agressividade. O que vai lhe trazer equilíbrio na vida e fazer com que seja respeitada pelos outros é a assertividade, ou seja, dizer “não” com elegância, sem ofender, mas sem se sentir culpada. Vou repetir: Sair da PASSIVIDADE, tomar cuidado para não cair na  AGRESSIVIDADE e se fixar na ASSERTIVIDADE!

Eu sugiro um exercício para a pessoa que quer treinar dizer “não”: se houver perto dela alguém que anda abusando de sua boa vontade, que procure durante uma semana, para tudo o que esse alguém lhe pedir, dizer como resposta um “não”, bastante assertivo. Por exemplo: “Desculpe, hoje não dá!”, “Que pena, não vai dar para fazer!”, “Sinto muito, quem sabe amanhã…”,  “Humm, estou tão atrasada, preciso sair agora!”, e assim por diante. A pessoa que se sente “abusada” vai perceber que, no final dessa semana, vai se sentir muito mais autoconfiante e vai notar que dizer “não” não é algo tão difícil assim!

E mais, dizer “não” para as pessoas é também um teste para saber quem realmente gosta dela e respeita os seus sentimentos. Se o outro não aceitar a sua resposta negativa ou romper com ela por causa disso, é sinal que ela merece companhia melhor!

Quem se coloca sempre disponível ao outro também pode, inconscientemente, ter medo de assumir as rédeas da própria vida? Por que isso acontece? 

Acredito que sim, pode até ser uma forma inconsciente da pessoa fugir dos próprios problemas, querendo assumir os dos outros. Mas acredito também que são pessoas carentes afetivamente que ficam agradando os outros numa forma inconsciente de serem agradadas também, porém, o que recebem em troca, infelizmente, é a ingratidão, porque geralmente as pessoas não dão valor em que não se valoriza primeiro.

A pessoa disponível, boazinha, que passa sua vida levando todo mundo nas “costas”, precisa estar preparada,  porque quando der uma fraquejada, os outros acostumados a abusar dela vão reclamar, fazer cara feia, vão criticá-la. E sabe de quem é a culpa por isso? Somente dela, que não soube colocar limites nos outros, pois vive com medo de desagradar. É como se na testa dela estivesse escrito assim: “pode pedir, pode abusar, que eu faço tudo pelos outros. Eu gosto de ajudar todo mundo!” O problema é que ninguém valoriza o “bonzinho”!

E o bonzinho é aquele que por não saber dizer “não” quando necessário, costuma engolir muitos “sapos” – um prato altamente indigesto. Dessa forma, vemos muitos bonzinhos obesos, e outros com problemas estomacais tais como gastrites, úlceras, etc, porque não conseguem digerir suas “refeições” diárias. Ou então, vão guardando essa vontade de dizer “não” dentro deles e vão vivendo como verdadeiras “panelas de pressão”, em que, quando menos se espera, explodem com pessoas que não tem a menor culpa da raiva que estão sentindo por dentro.

E, para complementar,  a respeito do perfil dos “bonzinhos”, eles confundem ajudar com apoiar.

Ajudar é bem diferente de apoiar. Ajudar é você fazer pelo outro, o que acredito que não é bom, porque você tira a chance do outro de crescer e sentir-se capaz; apoiar, entretanto, é você dar força para que o outro consiga realizar o seu trabalho, é fazer com ele, mostrando-lhe que é capaz de conseguir alcançar os seus objetivos.

Eu, pessoalmente, acredito que devemos praticar a ajuda só a nós mesmos – a autoajuda; em compensação, não nos faltam oportunidades para praticarmos o apoio, a colaboração ou a solidariedade com os outros e, aí sim, devemos ser abertos para servirmos ao mundo em que vivemos.

Como assumir o controle da própria vida e equilibrar as próprias necessidades com a dos outros? 

  • O primeiro passo é estar bem com a gente mesmo, autoconfiante, sabendo lidar bem com os “nãos da vida”, ou seja, saber dizer “não” quando necessário, sem culpas, e não ter medo de ouvir “não” dos outros – não ter medo de solicitar as coisas e nem temer as críticas.
  • Parar de esperar reconhecimento e respeito dos outros – reconheça-se e respeite-se primeiro.
  • Seja bom, humano, justo, solidário, generoso e caridoso com todos, mas uma pessoa “boazinha” somente com você mesmo! Mostre os seus limites!
  • E se você quer ser feliz e bem sucedido na vida, esteja sempre disponível para perdoar!

Por que as mulheres costumam apresentar mais esse tipo de comportamento? 

Esse comportamento é mais perceptível nas mulheres por uma questão cultural mesmo. Desde a infância, nós, mulheres, somos “treinadas” para sermos certinhas, boazinhas, bonitinhas. Temos que agradar todo mundo, ou então não somos boas meninas. Isso fica tão arraigado no inconsciente das mulheres, que, na vida adulta, cada “não” que elas dizem vem carregado de uma culpa que elas mesmas não sabem explicar.

Por isso, a importância do autoconhecimento na vida das pessoas!!!

(*Eliana Barbosa é psicoterapeuta, coach de relacionamentos, terapeuta de Florais de Bach, escritora e palestrante)

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